sábado, 8 de agosto de 2009

Carta ao pai/presidente



ou
onde lula erra, ou,
não existe erro e sim complexo de inferioridade, 08.08.2009

Lula erra onde ele não é lula. E se o lula é só isso mesmo que ele vem se mostrando, então ele vendeu e agora num ta conseguindo entregar.

Comportamento típico do macho brasileiro; ou, germanicamente, vendeu a alma para o diabo? ahhh!

mas vamos à analise da situação: o cara é O cara e tá com medo de ser O cara!
Se vc é chamado pelo Obama de "O cara" só muita falta de consideração, ou conhecimento, sobre política internacional + sociedade de massas + sociedade do espetáculo, leva você a pensar que deve alguma coisa pro Sarney, ora pois!

Meu deus lula, você teve a chance de pôr toda essa merda ralo abaixo. E amarelou :-)
Eu indicaria terapia e logo, um pouco mais de auto-confiança.
Fico pensando nos seus motivos, sério. Mas dessa vez você tinha tudo na mão!

Nós não somos racionalistas e nem devemos satisfação às formas políticas que eles criaram. Foi medo do Sarkozy? Só porque ele tem a Carla Bruni, é isso? Mas eles tão te pedindo ajuda, companheiro!

Esses dias li uma boa: "em roma faça como os romanos", certo? Bom. Mas os japoneses fizeram melhor: "em roma aprenda com os romanos e seja um japonês melhor"! (Trompenaars)

acho que tá aí a solução. Não que os japoneses a apliquem. Mas aí sou bem nietzschiana, e num é porque eu num posso me libertar de meus grilhões que eu não posso libertar o outro dos grilhões dele.

E não é porque os Ingleses também têm horror na casa deles que eles não têm RAZÃO ao chamar a tua casa de casa dos horrores. Porque é!

Agora você quer aprender com os ingleses?: use a razão e as estatísticas e seja rei, querido, e aposse-se verdadeiramente dessa casa que o teu povo te deu! Seu besta.

enfim, a idéia é: Lula: é a nossa vez, cara! Se os caras lá de cima soubessem das coisas, num tavam em crise! O que te segurou contra o Sarney? Foi medo do Velho rico brasileiro?

Ele é um ..., deixa pra lá!
elite brasileira, lembra?

Aí penso o que me segurou tanto tempo em situações estúpidas e entendo que esse tal de complexo de inferioridade existe sim, ainda que eu concorde com Hans Donner que isso poderia ser chamado de "sentimento de inferioridade" que assola a nós, brasileiros, verdadeiros.

esse é nosso darma e nosso karma. É o sentimento de inferioridade que nos faz ter empatia, que não por acaso é matéria das mais famosas na HBS. Mas é também ele que não nos deixa agir, ter a praxis, ser hands-on, porque nos falta matar esse pai westphalian* castrador.

*nota: aprendi que Westphalia vem de falha e não de falo. ahhh. mas enfim, pra mim, dá na mesma: a gente continua num sistema fálico falho. Lacan confirma: "a mulher não existe" http://lidiote.blogspot.com/2009/05/westphalian-straitjacket.html

Mas aí, a gente terá que crescer.
E será que queremos crescer?
Porque afinal, é tão bom ser criança.

Acho que essa é a sacada dos índios: a vida é enquanto somos crianças - na linguagem ocidental - porque é quando somos deuses e criamos - freud fala disso quando fala que a criança cria seu mundo até uma certa idade, depois é tudo repetição, correto psicanalistas? Os indios sabendo disso, vivem na primeira fase, sempre. Melhor solução para o "eterno retorno" não?

Aííí eu não aguento - já que sou daquelas que perde os amigos mas num perde a piada - não contar a piada do índio brasileiro.
Eu não sei onde ouvi isso, então a quem eu dever os crédito, favor me procurar:

O indio estava na praia da bahia, deitado na rede, tomando sol, agua de coco, e olhando por mar.
O europeu chega e pergunta ao indio: mas indio, porque vc num levanta dessa rede e vai trabalhar? Você poderia construir um hotel aqui nessa praia e ganhar muito dinheiro!
O indio responde: ok! e o que eu faria com o dinheiro???
Europeu: bem, vc poderia então construir um outro hotel e ganhar mais dinheiro.
O indio responde: coollll. e o que eu faria com mais dinheiro???
Europeu: nossa! aí você construiria uma cadeia de hotéis e seria um dos homens mais ricos do brasil!
Indio: e o que eu faria como um dos homens mais ricos do brasil?
Europeu: bem, vc poderia comprar uma praia só pra você e ficar durante 20 dias por ano deitado na rede, bebendo agua de coco, tomando sol e olhando pro mar.


Os interculturalistas europeus e americanos criaram um modelo de analise pra esse tipo de situação, e chamaram de dimensões culturais, que é basicamente: relações x regras; grupo x individuo; difuso x específico; afetivo x neutro; aristocrata x self-made; sincronico x sequencial; controle externo x controle interno: http://www.amazon.com/Riding-Waves-Culture-Understanding-Diversity/dp/0786311258


No meu entender, Sérgio Buarque falou de tudo isso também, aplicado ao Brasil. Eu lembro de ter entendido que a nossa revolução não seria fácil porque nossa questão na verdade é essa: a gente num quer ser europeu nem americano, mas a gente também num sabe o que quer ser!

Isso é ótimo em tempos de crise, essa palavra que os racionais usam pra falar sobre o que estão sentindo, mas que para os chineses tem a ver com oportunidade ;-) e que para nós é constância, porque crise é constancia no brasil!

enfim: já que a gente nunca se definiu a gente é quem sabe lidar com a indefinição! e só a gente sabe explicar isso aos do norte e aos do sul ao mesmo tempo, porque somos filhos de pai rico e mãe pobre e sempre soubemos fazer a psicologia dessa relação, mesmo que inconscientemente:

achei uma das que gosto, que nem é dele, mas tá no livro dele, então é dele, in a way:

"Lembrai-vos que os brasileiros estão hoje espiando os erros dos seus pais, tanto quanto os próprios erros. A sociedade foi mal-formada nesta terra, desde as suas raízes. Se as classes cultas se acham isoladas do resto da nação, não é por culpa sua, é por sua desventura. Não ouso afirmar que, como classe, os operários e tendeiros sejam superiores aos cavaleiros e aos grandes negociantes. A verdade é que são ignorantes, sujos e grosseiros; nada mais evidente para qualquer estrangeiro que os visite. Mas o trabalho dá-lhes boa têmpera, e a pobreza defende-os, de algum modo, contra os maus costumes. Fisicamente, não há dúvida que são melhores do que a classe mais elevada, e mentalmente também o seriam se lhes fossem favoráveis as oportunidades". (Smith, apud Buarque de Holanda, 1995:181).

Ontem ouvi no filme do Che que ele dizia que a característica fundamental para um bom revolucionário é amor.

Você já mostrou que tem fortuna!

tá com medo, tá com medo, tá com medo de ver,
qu'inda pode, qu'inda pode, qu'inda pode ir bem mais???

Vai que é tua Lula, e use seus fantasmas para construir a realidade seio bom que nos é possível.
E amor, a gente tem de sobra por aqui. Falarei numa próxima oportunidade sobre a relação brasileiro-bonobo, o macaco feminista, pan-sexual : http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=macaco+bonobo&btnG=Pesquisa+Google&meta=&aq=f&oq=

ou sai da moitaaaaaaaa!

Mariana

Ps1: musica brasileira é filosofia de primeira, e ainda vem com fundo musical made in Brazil, o país de ouvido musical!
Ps2: vc mandou muito bem no Nicolelis! neurociência + freud = genialidade brasileira

ahh! O Nélio me disse outro dia sobre um assunto aí:

"é megalomaníaco,
mas não patológico,
porque é crítico"




Nenhum comentário:

Postar um comentário


Contador Grátis