Ele se vai pro interior
Ele sente saudades
Seria isso que eu sinto e nem consigo mais assumir de tanto medo?
Medo medo medo
Eu não gosto mais dos humanos
Eles machucam e dão medo
E sim
Sou eu então a mais frágil de todos
Porque o medo de amar deve ser sim o mais covarde dos medos
E eu sou covarde
Então
A mais covarde
Ó pai, por que me abandonaste?
E eu choro
E oxum se aproxima
E já está
E já vai pacificando
Ó mãezinha das águas
Essa tua filha que hoje finalmente se entrega ao teu poder
Ou tenta
Pede ajuda
Limpa ó mãe das águas
E lave-me desse medo mor do amor
E o que nela amo tanto
Ver sua figura linda
Me desespera
E um Francês um dia me deu um berlioz
E hoje eu volto ao Berlioz
Como ultimo recurso de uma manhã desencantada
E cheia, cheia de paixão
E de vida
E de amor
E de saudade
E de desespero
Eu não tive educação para saber o que era
Ou o que queria ser
E acabei me sendo
Sem saber o que sou
Diferentemente dos outros,
Sou
Diferentemente dos outros
Não sei o que significa ser
Já que Sou.
A maior tristeza do amor
É deixar de amar
Tem aqueles que gostam de ser gostados
Tem aqueles que gostam de gostar
Eu faço parte da segunda leva
E infelizmente para mim
Ainda gosto mais de gostar dos outros
Felizmente para mim
Trabalho para gostar de gostar de mim
Para mim, a qualquer dos lados da equação do gostar não se completa
E o amor então não se completa
Mas o conhecimento disso ainda não nos impediu de buscar a completude
E então entendo que sim
Valeria pensar sobre uma nova equação
E eu talvez não pensasse em termos de equação
Nem de desejo
E aí, penso que acabaria pensando como um anjo
O que só cairia bem para aqueles que têm projeto de anjo
E sou assim um anjo caído
E perdido
E sozinho
E desesperado
Como é difícil para os gênios viver com os humanos
Como é difícil para os humanos viver com os gênios
Para o estabelecimento de relações não violentas
E necessário uma auto-violentação
É imprescindível a auto-explosão
Para então a pacificação
E talvez seja aí a origem do medo
Ninguém quer auto-explodir-se
Por si
Sem Alá
Ninguém que se arriscar
Porque dói
Mas também já entendi que alguns
Com os quais me identifico
Não têm escolha
São o caos
Do princípio ao fim
E a explosão,como princípio ontológico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário