quinta-feira, 16 de abril de 2009

Medo / prudência


Ele se vai pro interior

Ele sente saudades

Seria isso que eu sinto e nem consigo mais assumir de tanto medo?

Medo medo medo

Eu não gosto mais dos humanos

Eles machucam e dão medo

E sim

Sou eu então a mais frágil de todos

Porque o medo de amar deve ser sim o mais covarde dos medos 


E eu sou covarde

Então

A mais covarde 


Ó pai, por que me abandonaste?

 

E eu choro

E oxum se aproxima


E já está

E já vai pacificando

Ó mãezinha das águas

Essa tua filha que hoje finalmente se entrega ao teu poder

Ou tenta

Pede ajuda

Limpa ó mãe das águas

E lave-me desse medo mor do amor

E o que nela amo tanto

Ver sua figura linda

Me desespera

E um Francês um dia me deu um berlioz

E hoje eu volto ao Berlioz

Como ultimo recurso de uma manhã desencantada


E cheia, cheia de paixão

E de vida

E de amor

E de saudade

E de desespero


Eu não tive educação para saber o que era

Ou o que queria ser

E acabei me sendo

Sem saber o que sou 


Diferentemente dos outros,

Sou

Diferentemente dos outros

Não sei o que significa ser

Já que Sou.


A maior tristeza do amor

É deixar de amar 


Tem aqueles que gostam de ser gostados

Tem aqueles que gostam de gostar 

Eu faço parte da segunda leva

E infelizmente para mim

Ainda gosto mais de gostar dos outros


Felizmente para mim

Trabalho para gostar de gostar de mim


Para mim, a qualquer dos lados da equação do gostar não se completa

E o amor então não se completa

Mas o conhecimento disso ainda não nos impediu de buscar a completude

E então entendo que sim

Valeria pensar sobre uma nova equação

E eu talvez não pensasse em termos de equação

Nem de desejo


E aí, penso que acabaria pensando como um anjo

O que só cairia bem para aqueles que têm projeto de anjo

E sou assim um anjo caído

E perdido

E sozinho

E desesperado

Como é difícil para os gênios viver com os humanos

Como é difícil para os humanos viver com os gênios

Para o estabelecimento de relações não violentas

E necessário uma auto-violentação


É imprescindível a auto-explosão


Para então a pacificação

E talvez seja aí a origem do medo

Ninguém quer auto-explodir-se

Por si

Sem Alá

Ninguém que se arriscar

Porque dói

Mas também já entendi que alguns

Com os quais me identifico

Não têm escolha

São o caos

Do princípio ao fim

E a explosão,como princípio ontológico.

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